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terça-feira, 16 de maio de 2017

Minha liberdade pequeno burguesa

Do seu lado
Minha jovialidade fica des-ritmada
Vontade de viver tempos que passaram
Um saudosismo de algo de algo que quero viver anacronicamente
Em conflito com as minhas ideias do presente
Minha pressão pequeno burguesa
De cabeça ao vento, fica mais cabeluda
Reflito a traição de mim mesmo
Não encontro saída
Processo, contenção ao desbloqueio de arte
Criação destrutiva
Momento de olhares enigmáticos
De carinho, desejos contidos
Não posso entregar ao tempo
Decisões
Nossas vidas correm
Num rio de muitas bifurcações
De encontro e desencontros
É tão bom te cheirar
Minha liberdade pequeno burguesa
Não quero perder esse cheiro

Dentro dos meus ávidos pulmões

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sobre a teoria do Privilégio


 A teoria do privilegio tem ganhando o senso comum da esquerda, de uma forma em há uma banalização do conceito de privilegio em que qualquer vantagem que uma pessoa tenha da outra se torna um privilegio. E isso se torna motivo para auto culpabilização de alguns e motivo para rebaixar outras pessoas. O que esta acontecendo é que se você não é a pessoal mais miserável e o oprimida do mundo você já é considerado um privilegiado. Esse é o parâmetro que parte considerável da esquerda esta tomando, o parâmetro que nos faz olhar que a  pessoa que tem seus direitos básicos garantidos seja um privilegiado. Dessa forma, o foco da luta se direciona no escracho publico dos "privilegiados" na auto culpabilização daqueles que devem se desfazer dos seus "privilégios" individualmente. Diferente do horizonte de lutar para elevar o nível de todxs cheguem a essa condição básica de exsitencia digina.
 No dicionário o significado de privilégio  é "Vantagem concedida a alguém com exclusão de outros e contra o direto comum". Essa definição nos mostra de que privilegio não tem nada haver com essa generalização equivocada do que é realmente privilegio.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Reto de mais para ser real



Se não quer spoiler não continue lendo, valeu? Estou na segunda temporada de Walking Dead. A série se passa num período de apocalipse zumbi. Como é um filme americano tem-se por costume egocêntrico de reduzir o mundo ao que se passa no EUA. Diante da situação catastrófica um grupo heterogêneo de pessoas, pequenos núcleos de famílias e pessoas aleatórias,  seguem em luta intensa pela sobrevivência, em ajuda mútua e sem esperança de futuro.  A questão da falta de perspectiva de um futuro melhor aparece diversas vezes nas falas desesperadas dos personagens. Interessante notar que atualmente esses filmes apocalípticos são os nosso filmes futuristas, como que o anúncio algo que estar por vir. De alguma forma não temos muito que esperar do futuro. Neste comentário sobre a série gostaria de me deter em observações sobre o Rick, o Policial, personagem central na série. Ele acorda de um coma em meio ao apocalipse e  milagrosamente consegue encontrar sua família que sobrevive nas montanhas perto da cidade de Atlanta, com grupo de pessoas liderados pelo seu parceiro policial Jane. Logo que Rick, se soma ao grupo, assume espontaneamente a liderança, ele é de uma personalidade tranquila, que dificilmente se altera emocionalmente. No contexto de fim de mundo que se encontram os dilemas e dramas ganham maior intensidade, as decisões que envolve solidariedade geram riscos coletivos que Rick com sua moral de bom policial se dispõe a encarar. Essa direção de atuação da liderança não é bem vista por sua esposa e por seu parceiro Jane, e aos poucos as dificuldades com o grupo vão se complicando, primeiro some uma menina que ele tenta salvar do cerco zumbi, depois seu filho Carls leva um tiro devido a um acidente na floresta, Rick vai se culpabilizando por essas decisões que toma, se responsabilizando por colocar o grupo naquela situação. Há uma chamada à responsabilidade exagerada do líder. Vejo essa moralidade expressa nessa liderança algo que não vai se sustentar por muito tempo. É muito contrastante a defesa da moral com o pragmatismo necessário à sobrevivência num mundo cercado de zumbis que podem te atacar a qualquer momento. Engraçado que ele me lembra o Freixo, pois tem uma imagem de pessoa reta, como uma pessoa que não tem um egoísmo lá no fundo e está sempre disposto a se doar para o outro como herói, de fazer o que é "certo". E com essa questão que me inquieto, até quando essa retidão moral em um contexto catastrófico em que tem-se pouco a esperar do futuro se sustenta? Qual suporte ético moral externo que compensa tanto sacrifício em prol do outro? Vou continuar vendo a série e se continuar a aflição com essa questão eu escrevo um pouco mais.